Este ano não pude estar na NRF, infelizmente meu visto expirou em outubro, no auge da pandemia, e ainda não consegui renová-lo, mas não deixei de acompanhar os temas principais, e coletar toda a informação que consegui para entender o que está em discussão no centro do mundo do varejo.
Com a pandemia, muitas tecnologias que estavam previstas para os próximos 10 anos, foram aceleradas, algumas de forma torta, outras um pouco melhores, mas fato é que evoluímos bastante tecnologicamente falando nestes 2 últimos anos.
Lá nos States, nuito foi falado de metaverso, experiência do cliente, ESG e claro, logística. Temas muito relevantes para toda a cadeia de produção seja do varejo, ou mesmo do foodservice.
Alinhados com os temas da americana NRF, na semana passada, tivemos aqui no Rio, um evento de varejo, chamado Conecta Varejo, junto ao Rio Innovation Week e tive o prazer de palestrar e mediar painéis sobre jornada contactless e cenários de tecnologia para o varejo, tocando em temas que estavam sendo discutidos também na plenária americana.
Entre eles, temas importantes, como:
- Omnicanalidade
- Pagamentos digitais
- CRM
- Logística
Embora alguns digam que a palavra “omnicanalidade” esteja já defasada, entendo que ela só abriu mais seu leque, antes a “omnicanalidade” era loja física vs. loja online. Agora, o e-commerce expandiu para outros “subcanais” e para 2022, tendências como compras em live streaming, ou mesmo o denominado shoppable – onde você compra um produto que está vendo num programa de entretenimento, na Netflix ou Amazon Prime, por exemplo, enquanto esta assistindo e com apenas 1-click.
Dentro do varejo físico, o self-checkout, é uma tendência que vem tomando corpo, cada vez mais, e não deixa de ser mais um canal para que o lojista acompanhe seu cliente, e monte mais ainda seu CRM, ponto crucial para você transformar experiência do cliente em “wow!” e claro, usar dados para trazer previsões mais assertivas do seu estoque, e claro, fidelizar ainda mais seu consumidor.
O mundo também está falando em experiências 3D, que vem sendo debatida também como metaverso, onde, experiências, como a do consumidor poder vestir sua roupa antes de comprar, ou experimentar um produto praticamente de forma “física”, antes de adquirí-lo, seja pelo canal que quiser.
No cenário cada vez mais conectado, as vésperas da entrada do 5G, traz cada vez mais, a importância do data-driven para sua empresa de varejo se apoiar, e devolver, de forma de experiências, práticas e usáveis, para seus consumidores.
E, sem ser esquecida, a logística, o tracking de suas encomendas, cada vez mais dinâmica e precisa, com possibilidades mil, e cada vez mais, auxiliando a questão importante da última milha, mantendo estoques na ponta de forma precisa, para que a entrega seja fluída e rápida.
Agora, trago aqui uma reflexão que tenho feito:
Será que nós, aqui no Brasil, estamos 100% preparados para implantar toda esta tecnologia e, será que nosso público consumidor, esta realmente atrás de toda esta “experiência”?
É certo, que parte do público das classes A/B, que vivem em cidades grandes, estão buscando este tipo de atendimento e opções de compra, mas precisamos pensar no tamanho do país, e claro, da dificuldade que temos em algumas regiões seja com a própria internet, seja com a cultura local.
Num país que automação no varejo ainda é sinônimo de “resolver o problema de emitir nota fiscal” – apenas – temos um longo caminho a percorrer para que o básico seja feito, bem feito.
Sem dúvida, a digitalização é um caminho sem volta, e cada vez será mais e mais usada, e esperamos um dia, que todo brasileiro possa sentar com seu celular a mão, assistir um filme, e comprar seu produto favorito que aparece ali na telinha, com um único clique, e mais, recebê-lo em até 3 horas na sua casa.
Por fim, deixo mais um ponto para pensarmos, será que o varejo mudou? Os varejistas ainda precisam entender, que ainda assim, com tanta tecnologia, o varejo ainda é comprar bem, e vender bem!
Bons Negócios!
Marcio Blak, é um entusiasta do mercado de varejo, food & franquias
