Não existe mais uma alma que consiga viver neste mundo de hoje e que não pense, um só minuto, no ambiente digital. Porque, se você não pensar nele, ele pensará em você.
Mês passado, fui convidada para falar a um grupo de profissionais das mais diferentes áreas a respeito da importância do mindset digital, do motivo pelo qual as empresas precisam ser digitais, e se aqueles que hoje estão inseridos no mundo corporativo também precisam pensar desta forma, uma vez que a vida é digital. De agora em diante, precisarão trabalhar a mente para acolher a ideia de inserir a tecnologia em sua rotina de trabalho. E fazer disso um exercício constante.
Dois mil e vinte – o ano que não acabou – só vem reforçando o rompimento de barreiras, deixando ainda mais evidente que as soluções digitais estão nadando de braçada. O isolamento social dá lugar aos deliveries, às retiradas em loja e aos shoppings com seus serviços de drive-thru. Além disso, conta com a chegada, para valer, de um novo público-alvo, que precisou vencer a luta interna contra a tecnofobia nesses últimos 14 meses. E os vencedores desta batalha foram aqueles com mais de 60 anos! Na minha família, minha tia de 72 anos é a mais nova influenciadora digital, que sabe tudo o que acontece nas mídias digitais, inclusive os passinhos das novas danças do TikTok.
Mas pensem que esse mundo também quebrou barreiras físicas. Hoje você pode morar em Manaus e trabalhar em São Paulo. Ou morar no Rio e trabalhar em Santarém. Isso graças ao oficialmente respeitado home office. No final das contas, o digital, que tinha a fama de afastar as pessoas, foi o principal caminho – senão o único – para aproximar todos no isolamento social necessário. Aproximou todos de tudo e tudo de todos. E isso foi lindo.
O digital invadiu as nossas vidas. Querendo ou não, cada um de nós precisou se agarrar a um tantinho de digital para sobreviver. E isso foi construindo cada mindset digital particular. No passado recente, a mídia digital não se vendia, mas vinha bonificada dentro dos planos de mídia offline. Não se falava em mídia de performance, muito menos em campanha com influenciadores.
Facebook passou a ser somente para os velhos e, desde já, Instagram vale apenas se postar nos Stories – experimente só não usar um dos filtros.
Agora, além de ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, é preciso fazer uma live e subir um vídeo no Reels.
Foto: Bigstock
Viviane Athar é head de MarTech e Digital na AmPm.