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O início da retomada do foodservice brasileiro

A segunda onda da Covid-19 atingiu com força o Brasil no início de março de 2021, levando o sistema de saúde a uma pressão que não fora observada mesmo no pico do seu estágio crítico inicial, em julho do ano passado. Governos locais reeditaram decretos limitando a circulação de pessoas e permitindo o funcionamento apenas dos serviços essenciais. Restaurantes foram autorizados a funcionar somente por meio do delivery.

Diferente do último ano, porém, os estabelecimentos estavam mais preparados em termos de operação. A campanha de vacinação já estava ocorrendo, ainda que a passos lentos e, após o “boom” de março, os números de novos casos diários de infecções e de mortes começaram a reduzir já no mês seguinte, permitindo a reabertura gradual e segura – acompanhada de todos os protocolos necessários -, de restaurantes, bares, shopping centers e o comércio de maneira geral. O cenário atual apresenta boas perspectivas para um retorno consistente do consumo, apesar das relevantes preocupações em torno da alta inflação e da taxa de desemprego, que impactam diretamente a renda disponível.

Com a atenuação das restrições, o foodservice se beneficiou diretamente, assistindo a um crescimento tanto do seu tráfego como do gasto do consumidor. Em relação ao 2º trimestre de 2020, as visitas cresceram 60% e o gasto, 96%. Esse movimento de alta foi generalizado no setor, ação que impactou positivamente todos os canais e ocasiões de consumo. Números altos devido a base de comparação, porém um alento após trimestres seguidos de queda.

Com a permissão para o retorno gradual aos escritórios, todos os canais apresentaram crescimento em suas visitas – redes, tradicionais, full service e varejo. Por conta de suas especificidades e de como cada um estava preparado tanto para as novas restrições como para a reabertura, naturalmente a retomada foi diferente para cada canal. Ainda assim, em um cenário melhor que o verificado no ano passado.

Desafios sempre surgem para um setor que opera com margens curtas e que depende de grande volume de vendas para fechar as contas. Porém, as oportunidades caminham na mesma direção.

Entre os desafios, por um lado, a retomada do consumo no local seguindo protocolos sanitários para a segurança dos consumidores em um contexto de pandemia ainda não controlada. Do outro, manter a gestão e os ganhos obtidos com a adoção do delivery e de vendas por canais digitais. Poucos canais (notadamente redes) têm estrutura para lidar com duas operações distintas de maneira eficiente, mas esta também é uma oportunidade rica para o setor manter o crescimento no geral.

Mesmo com o retorno do consumidor às ruas e salões, o delivery manteve seu crescimento de forma consistente: 27% a mais de visitas em relação ao 2º trimestre de 2020. Canais digitais (internet, aplicativos) continuaram a crescer com um incremento de 62% no gasto do consumidor comparando os trimestres.

Novos hábitos, criados e acelerados durante o auge da pandemia, vieram para ficar. Mas estes não necessariamente descartam os antigos. O movimento em dias úteis e no horário do almoço é um bom indicador de que a retomada econômica, acompanhada de ampla cobertura do programa de vacinação, são a chave para o crescimento sustentável do setor.

O almoço cresceu 155% em visitas comparando o 2º trimestre deste ano com o mesmo de 2020. Já visitas em dias úteis ganharam 57% de volume na mesma base de comparação. O almoço em dias úteis é uma ocasião essencial para o foodservice: foi em torno desse momento que o setor se desenvolveu e e também é ele que será crucial para a retomada sustentável.

Ainda que momentos centrais tenham apresentado crescimento, não é menos importante apontar que os de indulgência representaram parte importante da recuperação. Refeições noturnas ganharam 71% mais de visitas em relação ao ano passado e os finais de semana, um incremento de 68%. Visitas de grupos cresceram 44% em tráfego, e com crianças, 45%. Ao mesmo tempo em que pessoas retornam aos escritórios e permitem a retomada do consumo essencial, momentos em família e com amigos não perderam ímpeto nem importância.

Para os restaurantes, redes ou independentes, e para a indústria, as oportunidades estão por todos os lados: consumo do dia a dia, de indulgência, no salão, digital… A pandemia acelerou diversas transformações que estão se consolidando de maneira desigual. Cabe ao setor entender como trabalhar os diferentes meios que estão à disposição, atendendo um cliente atualizado, mas que segue ávido por consumir.

Fontes: CREST Brasil | Mosaiclab | The NPD Group

Eduardo Bueno é coordenador de Projetos da Mosailab

Imagem: Pavel Danilyuk

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