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Principais impactos da pandemia do novo coronavírus ganha sexto diagnóstico atualizado

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O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo lança sexto diagnóstico atualizado com os principais impactos da pandemia do Novo Coronavírus ao setor. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, e são de 27/04 a 01/05/2020.

De acordo com o novo relatório, o mês de abril registrou recordes históricos nas exportações de carne bovina, tanto em volume como em valor exportado: 116 mil toneladas e US$ 519 milhões, respectivamente. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) registrou a habilitação de novas plantas frigoríficas do Brasil, por parte das autoridades peruanas, e o fechamento de algumas plantas frigoríficas juntamente com a diminuição do confinamento de animais nos Estados Unidos como dois fatores que tendem a favorecer ainda mais as exportações de carne brasileira. O preço médio da carne bovina na exportação alcançou US$ 4.377 a tonelada (alta de 15,8% sobre abril do ano passado).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também ressaltou que, apesar do impacto da pandemia sobre a economia chinesa, as exportações brasileiras para a China cresceram 11,3% neste período, com destaque para a carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (+ 85,9%) e carne suína fresca, refrigerada ou congelada (+153,5%). Os números do primeiro quadrimestre mostram que, em dólares, a China comprou do Brasil o triplo do importado pelos Estados Unidos e o dobro demandado pela União Europeia.

Entretanto, em abril, as exportações de carne de frango recuaram 2,5% em relação ao mesmo mês de 2019, mas foram 5,1% superiores às de março deste ano. A diminuição da demanda final, causada tanto por conta da pandemia quanto pela redução do poder aquisitivo da população, tem pressionado os valores negociados da carne de frango. Os preços do frango inteiro congelado registraram queda de 20% no mês de abril, por causa da dificuldade de escoar a produção, principalmente após a queda na demanda por hotéis e restaurantes.

A CNA também registrou que o preço da carcaça de suínos voltou a cair nas principais praças independentes e acumulam queda próxima a 30% no mês de abril. Por outro lado, produtores integrados de suíno estão otimistas com a oportunidade de aumento de demanda internacional dos produtos brasileiros após o registro de novos surtos de Peste Suína Clássica na China, além do fechamento de plantas de abate nos Estados Unidos.

Já os ovos, que a título de alternativa proteica em relação às carnes, teve seus preços em altas históricas, começa a registrar tendência de retorno aos níveis anteriores à pandemia. Em abril o preço médio dos ovos brancos subiu cerca de 1,4% em relação ao mês anterior e expressivos 38,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Algumas commodities que, segundo o relatório, tiveram alta no acumulado do quadrimestre, frente à forte valorização do dólar ante o Real (32%), foram o arroz (+19,3%); soja (+18,8%), feijão (+15,9%); açúcar (+7,2%) e café (+6,9%).

O trigo também obteve aumento dos preços devido à baixa oferta no Brasil, atrelado a uma redução da colheita e a diminuição da importação do produto da Argentina.

Já os produtos lácteos, embora os atuais preços estejam ligeiramente superiores em comparação ao mesmo período do ano passado, a curva se mantém muito semelhante às marcas históricas. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP) registrou que após demanda intensa em março, e consequente alta de preços naquele mês, as negociações envolvendo derivados lácteos e leite no mercado se enfraqueceram em abril no mercado brasileiro.

No setor de comercialização, os supermercados e hipermercados registraram aumento médio de faturamento da ordem de 12%, na semana de 26 a 29/04, quase metade da marca registrada para a semana anterior, novamente indicando possível tendência de retorno à estabilidade.

Sob a perspectiva da demanda de transporte por tipo de carga, números indicam quedas elevadas nos principais setores ligados ao abastecimento alimentar. Contudo, notam-se algumas melhoras, como, por exemplo, no Agronegócio, em que a variação da demanda de -55,42% na semana passada caiu para -32,23%.

O sexto relatório lançado visa dar continuidade ao monitoramento dos diversos setores de alimentos e produtos agropecuários através dos indicadores que foram previamente estabelecidos pelo Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo, que é composto pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Diniz Junqueira, Presidente da InvestSP (Agência de Promoção de Investimentos e Competitividade), Wilson Mello, representantes da Prefeitura, da Associação Brasileira da Industria de Alimentos (ABIA), Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Instituto de Foodservice Brasil e outros importantes representantes do setor privado.

Informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Foto: reprodução

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