Segundo pesquisa CREST®, realizada pela GS&NPD, com base na opinião de consumidores de alimentação fora do lar, o mercado de foodservice brasileiro apresentou crescimento do número de visitas (5%) em quatro trimestres consecutivos, o que significa mais reais gastos – aproximadamente 3 milhões – se comparado ao mesmo período do ano passado.
Embora essa recuperação seja tímida, ela vem se mantendo desde o terceiro trimestre de 2018 e corresponde a cerca de 34% dos gastos com alimentos dos lares brasileiros. Esse cenário otimista se deve, em grande parte, a recuperação da economia brasileira que reaqueceu o ritmo após inseguranças políticas e a greve dos caminhoneiros que levou o país à um período de estagnação.
Esses dados, no entanto, não simbolizam a realidade do país, mas, segundo Volia Simões, gerente de Inteligência de Mercado do Grupo GS& Gouvêa de Souza, é possível afirmar que com o índice de desemprego em queda e o aumento do número de trabalhadores informais, a tendência é que o crescimento do foodservice seja ainda maior nos próximos anos. Um exemplo dessa correlação direta é o crescimento do número de ambulantes que, representam aproximadamente, 5% das visitações do segmento.
Além disso, Simões aponta em sua análise que, tanto redes quanto restaurantes independentes, como lanchonetes e padarias, também se beneficiam com o momento atual, cujo tráfego cresce de 3-6%, respectivamente. Já, tratando-se da perspectiva dos alimentos, quem sai ganhando com essa crescente é, principalmente, o mercado de bebidas – especialmente de sucos -, o qual obteve uma performance positiva nos últimos três trimestres.
Outros líderes de desempenho são: o bom e velho feijão com arroz e as batatas fritas. O trio – famoso em todos os pratos feitos – crescem entre 8-9%, acima da média do mercado, e no mesmo ritmo que sobremesas. Estas, por sua vez, se intensificam em popularidade com os famosos bolos de café da tarde.
Os dados indicam, ainda, que este reaquecimento do mercado favoreceu, especialmente, as refeições realizadas em dias úteis (segunda a sexta) durante o horário comercial. Este é o momento em que a maioria dos trabalhadores estão fora de casa e, portanto, representa 70% da alimentação fora do lar, cujo crescimento no primeiro trimestre corresponde a 8%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior – significando um aumento de aproximadamente 3,5 bilhões de refeições somente nos dias da semana.
“O comportamento do consumidor, associado às principais variáveis econômicas, constitui hoje o principal termômetro para entender e se posicionar no foodservice brasileiro, um mercado jovem e em constante desenvolvimento”, afirma Simões em entrevista para o Mercado&Consumo. “Entender que o foodservice é plural e parte de um ecossistema complexo pelo qual é influenciado é relevante não só para monitorar a performance dos alimentos e dos segmentos da alimentação fora do lar do Brasil, bem como para antecipar seus movimentos e entender o quanto estamos preparados para antecipar as tendências e potencializar seu desempenho”, conclui.