A mudança no comportamento do consumidor, que cada vez mais busca por produtos vegetarianos e veganos, tem resultado também num reposicionamento das empresas. É o caso da Vapza Alimentos, que produz alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor. Atualmente, a empresa conta com 36 produtos veganos e nove orgânicos, sendo que esses podem constar com essas características juntos no mesmo item ou separadamente.
“A Vapza entende que o conceito de não ter procedência animal deve vir desde o primeiro momento e, por isso, a linha que produz esses itens é totalmente separada de outras que não têm a mesma particularidade. Ou seja, apenas vegetais e grãos são manuseados nesse local, permitindo à indústria a produção e venda de feijão, quinoa, soja, batata, beterraba, entre outros, que são destinados aos veganos, vegetarianos e simpatizantes desse lifestyle”, afirma o presidente da Vapza, Welinton Milani.
Em 2019, a Vapza recebeu a Certificação Vegan Internacional emitida pela Vegan Society que comprova a procedência vegana nos produtos da marca. “Ser certificado internacionalmente como uma indústria que está atenta ao movimento é muito importante para a conquista de novos clientes e para abrir novos mercados a nível mundial. O veganismo e o vegetarianismo já possuem adeptos em diversos países, e isso potencializa nosso espaço comercial”, ressalta Milani.
14% dos brasileiros não comem carne
A decisão de se tornar vegetariano ou vegano tem crescido nos últimos anos. O último levantamento do Ibope Inteligência sobre o tema, em 2018, apontou que cerca de 29 milhões de brasileiros não comem carne, o que representa 14% da população.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), existem quatro principais razões para adotar o vegetarianismo. São elas: ética, saúde, meio ambiente e sociedade. A segunda, por exemplo, é pautada no fato de que, em 2013, um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, divulgou que vegetarianos têm 32% menos de chance de ter doença cardíaca se comparado aos que consomem carne e peixe. Nesse estudo, 45 mil pessoas foram entrevistadas.
O veganismo, por sua vez, se ampara ainda mais nos conceitos éticos de não consumir nada de procedência animal – o que, de acordo com alguns estudos, melhora até mesmo o emocional dos adeptos. Um levantamento da Complementary Therapies in Medicine, revista médica bimestral que estuda terapias complementares e alternativas, estudou a qualidade de vida de pessoas que experimentaram essa dieta durante três semanas. Dos 107 participantes, 18,6% notaram que a ansiedade diminuiu, 16,4% que essa mudança ocorreu com o estresse, e que, de modo geral, a qualidade de vida melhorou 11,5% impulsionada principalmente pelo componente mental.
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