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A MAIONESE A FORMAÇÃO DE EQUIPES

Por Pedro Tatoni, Gerente de Marketing da Kerry

Classificado como molho emulsionado, conhecida como maionese!

Sou formado em administração de empresas, estou há 13 anos na indústria de alimentos e nestes anos pude aprender muita coisa com colegas e profissionais que encontrei nos corredores… curioso como sempre, aprendi sobre várias tecnologias, ingredientes, aromas, extratos, soluções que podem dar funcionalidade e entendi também sobre processos.

Foi em uma dessas conversas de corredor no laboratório de Cotia com a Hitomy, que fui aprender mais sobre a maionese. Alegre, divertida e disponível como sempre, a Hitomy me colocou para provar potes e potes de maionese com o chef Mauricio e aprendi muito não só sobre sabor, mas também sobre como fazer essas delícias. Entre tantas conversas sobre bases de maionese low fat e bases mais pesadas, entendi que a maionese é classificada como “molho emulsionado”, o que significa que ela é feita de uma emulsão. OK, emulsão, administrador, marketeiro… fui pesquisar…

“Uma emulsão é formada quando é feita a mistura de dois líquidos imiscíveis, ou seja, líquidos que não se misturam. […] É também chamada de dispersão coloidal, já que pequenas partículas (gotículas) de um líquido estão dispersos em outro líquido.

Do ponto de vista termodinâmico, as emulsões são consideradas instáveis, isso significa que não se formam de maneira espontânea. Para que uma emulsão seja formada é preciso fornecer energia, que pode ser feita com o uso de liquidificadores, homogeneizadores, agitadores ou utilizando processos de spray. Para manter a emulsão estável é necessária a adição de agentes surfactantes (emulsionantes ou tensoativos), que ajudam a torná-la razoavelmente estável e homogênea. Por exemplo, quando o ovo (constituído de mais de 60% de água) é utilizado no preparo na maionese, temos a formação de uma emulsão formada por azeite e água. Mas o que faz essa emulsão ficar estável? O acontece é que no ovo tem uma molécula chamada fosfolipídio lecitina, e ela ajuda a manter a emulsão estável, agindo como um surfactante.”

Que diferente misturar a ciência com o sabor! Sou fã de maioneses e ganhei muitos quilos depois que entrei nesse mundo salgado e indulgente.

Aprendi também com o chef Mauricio sobre o papel da maionese na montagem de lanches – seja em uma rede local, global, ou literalmente na hamburgada do final de semana.

A maionese é um ingrediente super versátil e funcional – é o coração de muitas receitas de lanches e por vezes é aquele ator coadjuvante que faz com que tudo tenha sentido e conexão. Falamos na Kerry que a maionese tem um papel fundamental nos sanduíches, pois, por muitas vezes mantém o pão, a carne e o que faz a diferença é o sabor do molho. Quer um exemplo? Pão, carne, queijo e maionese branca vs. Pão, carne, queijo e maionese de alho ou defumada. Muito parecido, mas uma entrega de sabor muito diferente! E o mais legal é que encontramos isso em um estudo chamado BURGERPEDIA.

Compreendi então que a maionese tem um papel essencial na culinária e é feita de uma emulsão que basicamente combina coisas que naturalmente não se misturariam.

Mas e o que isso tem a ver com essa série de textos aqui?

Refletindo sobre a maionese com uma visão de formação de equipes, penso que ela pode nos ensinar muito sobre como podemos formar e gerenciar (e aqui se aplicam todos os modelos de trabalho, presencial, híbrido, times multi-disciplinares, metodologia agile…).

Montar e gerenciar equipes não é nada fácil, requer energia e vontade. Ter todos estes elementos não são garantia de sucesso pois o grande desafio depois da mobilização interna e de engajamento externo é trazer profissionais e pessoas que possam não só dar o ser melhor, mas estar em seu melhor, sendo exatamente quem elas são. Ter elementos parecidos e iguais pode parecer o caminho fácil e ideal, mas ao mesmo tempo é o caminho com maior risco de colapso e fracasso.

A diferença entre os integrantes, seja na formação ou no pensamento é algo que pode transformar algo bom em algo excelente, desde que bem gerenciado, para que possam emulsionar e caminhar com um objetivo e proposito em comum. Pesquisei bastante antes de poder afirmar isso e são inúmeros artigos que confirmam essa visão de times multidisciplinares, que estão por todos os lados – nas empresas, nas fábricas, nos hospitais, na política… alguns funcionam bem e fazem acontecer, outros são o perfeito exemplo de como não funcionar – e o problema maior não é sobre formação ou vontade, mas sobre uma emulsão com um propósito.

Tenho muito orgulho em ver times com essa diversidade – no marketing precisamos e vivemos dela! Com administradores, jornalistas, engenheiras, chefs, publicitários e mais 4 formações diferentes, temos sempre uma grande chance de ir além e transformar.

Celebrar e abraçar culturas inclusivas é muito mais do que um post no LinkedIn.

Quando líderes de pessoas se abrem para a diversidade, abre-se a grande oportunidade de transformação – que não está na chegada do novo integrante mas na nutrição da cultura da equipe.

O insight maior é que precisamos entender que para chegar a um delicioso molho, no caso uma maionese, precisamos de elementos diferentes e que não necessariamente precisam se combinar de maneira natural, mas que precisam estar em sinergia para que estejam em seu melhor momento para fazer a transformação.

O coadjuvante que transforma, a maionese só existe pois houve emulsão com ingredientes diferentes. O diferente transforma.

Da culinária para a alma, food for thought.

*Pedro Tatoni Gerente de Marketing da Kerry – pedrotatoni@hotmail.com*

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