Ainda que tenha atingido com mais força pequenos negócios do mercado de alimentação fora do lar, a pandemia também prejudicou médias e grandes operações, incluindo redes de restaurantes e lanchonetes, segundo um estudo do IFB (Instituto Food Service Brasil).
Em termos de faturamento, o IFB, que reúne 700 redes alimentícias regionais e nacionais com 96 mil unidades, divulgou levantamento mostrando que no ano passado as vendas do setor de bares e restaurantes caíram 35% em relação a 2019, despencando de R$ 215 bilhões para R$ 146 bilhões.
Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, Ely Mizrahi, presidente do IFB, observou que as perdas nas redes foram menores do que nos pequenos negócios por conta do grau de organização e de estrutura das operações.
“Cerca de 15 redes estão mais preparadas e estruturadas para poder trabalhar canais alternativos de atendimento e minimizar o impacto da pandemia nos seus negócios”, contou.
Ainda segundo o dirigente, em 2021 a situação é tão preocupante quanto no ano passado. Somente em fevereiro as redes registraram uma queda de 16,9% no faturamento. O levantamento de março ainda não foi concluído, mas a expectativa é de uma queda ainda maior.
A retomada só deverá a vir com o controle da pandemia e a vacinação. Para o presidente do IFB, isso pode acontecer a partir de maio, mas uma recuperação mesmo de todo o setor virá apenas em 2024 dependendo de duas variáveis-chave: a situação do emprego e a renda das famílias. “a nossa grande preocupação é com duas variáveis que são chaves para o consumo da alimentação fora do lar: o emprego e a renda. Acho que a gente vai ter uma situação de renda muito complicada nos próximos meses até o final do ano, e uma situação de desemprego também muito complicada”, disse Ely.
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