A falta de motoristas capacitados, com a saída do Reino Unido da União Europeia, em janeiro de 2020, tem afetado a distribuição de ingredientes em bares e restaurantes. Segundo a Associação de Transporte Rodoviário, o número de motoristas caiu em cerca de 100 mil, já que muitos eram cidadãos de outros países da União Europeia e perderam seus vistos de trabalho.
Esse problema tem levado à escassez de cerveja em alguns pubs, incluindo as marcas de cerveja Carling, Coors e Heineken. Segundo o jornal The Guardian, a rede de pubs Wetherspoon’s, que é liderada pelo defensor do Brexit Tim Martin, confirmou que alguns de seus pubs não tinham as cervejas em estoque, depois que os clientes sinalizaram o problema nas redes sociais. Uma dessas publicações incluía a foto de um aviso colocado pela rede de pubs culpando “falta de caminhoneiros e greve”.
“Pedimos desculpas aos nossos clientes por qualquer inconveniente causado. Sabemos que os cervejeiros estão tentando resolver o problema”, disse o porta-voz da Wetherspoon, Eddie Gershon.
Segundo ele, o problema se iniciou com a falta de produtos fornecidos pela Heineken, que fornece seis dos 23 chopes do grupo de pubs, após greve na cervejaria. O resultado levou o aumento de outras marcas de cerveja, que também se esgotaram em alguns pubs.
A Molson Coors Beverage Company, proprietária das marcas Carling e Coors, disse que escassez de motoristas levou a dificuldades no fornecimento de Wetherspoons: “Como muitos em nosso grande setor de cervejarias e pubs britânicos, fomos atingidos pela escassez de motoristas de HGV”, disse.
Setores afetados
A Wetherspoon’s é a última de uma série de empresas a admitir interrupções no fornecimento causadas pela falta de motoristas de caminhão. As dificuldades em obter vistos para trabalhar no Reino Unido após o Brexit se combinaram com a pandemia de covid-19 e as mudanças fiscais para fazer com que alguns motoristas deixassem o comércio ou voltassem para suas casas na União Europeia.
Supermercados e outras empresas foram forçados a oferecer bônus de assinatura de 1 mil euros para atrair motoristas qualificados.
A Logistics UK, que representa proprietários de frete, incluindo supermercados, estimou uma escassez de 90 mil motoristas de veículos pesados, incluindo cerca de 25 mil da União Europeia que voltaram para casa desde o Brexit. Além disso, há um acúmulo de 45 mil testes de direção de caminhões por causa de atrasos relacionados à covid. Os testes devem render cerca de 25 mil motoristas.
Com informações de The Guardian
Foto: Reprodução