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Cena gastronômica de Boston é remodelada após fechamentos

Cena gastronômica de Boston é remodelada após fechamentos

Em meio ao fechamento de restaurantes em Boston, nos Estados Unidos, como consequência da pandemia de Covid-19, uma oportunidade vem surgindo: a de uma completa remodelação gastronômica da cidade nos próximos anos.

Conforme a vacinação avança no país, os clientes estão voltando ávidos para conhecer as novidades dos cardápios. Alguns dos restaurantes que eles visitavam antes da pandemia, no entanto, não existe mais.

Em todo o Estado, 3.400 estabelecimentos fecharam permanentemente suas portas, o que representa uma diminuição de 23% no total, segundo a Massachusetts Restaurant Association (MRA) Embora a MRA não divida os números por cidade, o que se sabe é que Boston foi a mais atingida, segundo reportagem do jornal The Boston Globe.

Cada restaurante fechado tem sua própria história, embora muitos compartilhem os mesmos problemas: aluguéis altos, proprietários pouco flexíveis, grandes perdas nos negócios, trabalhadores, turistas, estudantes e frequentadores de eventos ausentes da cidade.

Mas os espaços deixados por eles representam agora, também, uma oportunidade. As escolhas que proprietários, incorporadores e donos de restaurantes fizerem nos próximos meses podem moldar a cena gastronômica da cidade nos próximos anos.

Boston é desafiadora para setor

Quando se trata de características locais, Boston tem muito com o que trabalhar: frutos do mar conhecidos pela excelência, diversas culturas e comunidades, história rica, ótima música ao vivo, arenas acadêmicas, agricultura, medicina, tecnologia. Mas, mesmo antes da Covid-19, a cidade era um lugar desafiador para se administrar um restaurante.

“O problema é que Boston é a terceira cidade mais cara do país para morar e fazer negócios. Os aluguéis ficaram muito altos”, afirma o corretor Charlie Perkins. Os custos totais de ocupação não devem exceder 8% das vendas de um restaurante de serviço completo, diz ele: “Se o aluguel de um restaurante é US$ 150 mil, no total, o restaurante precisa fazer US$ 1,875 milhão em vendas anuais, no primeiro ano.”

Quando Perkins começou a carreira, nos anos 1980, era mais fácil para os jovens chefs se destacarem. O aluguel não era um problema porque suas vendas aumentavam a cada ano. Agora, o aluguel básico sobe de 2,5% a 3% ao ano, enquanto as vendas costumam ficar estáveis ??ou em queda.

Assim, nem todos podem se dar ao luxo de tirar vantagem desse cenário com novos espaços vagos. Mas a oportunidade é grande para as empresas com acesso a capital, muitas vezes cadeias e grandes grupos de restaurantes, como o Big Night Entertainment Group (que tem uma dezena de locais) e o Lyons Group (que tem 21). Ambos estão procurando e já se comprometeram com a abertura de novos espaços.

Esta categoria também inclui empresários de fora da cidade que estão expandindo os negócios. Por exemplo, a Contessa, que vai abrir as portas em junho no topo do novo hotel de luxo Newbury Boston, é operada pelo Major Food Group, com sede em Nova York. Atrás de restaurantes como Carbone,  Grill e Parm, o grupo de restaurantes abriu propriedades em Hong Kong, Las Vegas, Miami e Tel Aviv.

Destino de talentos locais

Mas, dados os custos e os riscos, a próxima geração de talentos locais abrirá na cidade ou irá para outro lugar? “Na cidade, as vendas caíram de 30% a 50%, mas nos subúrbios o cenário é totalmente diferente”, diz Perkins. Além disso, novos modelos de negócios que vieram à tona durante a Covid-19, como pop-ups, serviços de entrega, kits de refeição e produtos de panificação vendidos via Instagram.

Juan Pedrosa, um chef de Boston que trabalhou em locais como Yvonne’s e Lolita, está agora abrindo um restaurante com o amigo Stephen Devine em New Hampshire. O Bar Salida será um restaurante ao ar livre na Praia Weirs, às margens do Lago Winnipesaukee. “New Hampshire é extremamente fácil de para quem vai atuar como proprietário ou operador de negócios pela primeira vez. As licenças e autorizações aqui são muito acessíveis”, diz Pedrosa.

E o restaurateur Michael Aldi, que já foi dono do Pier 6 em Charlestown e da ReelHouse em East Boston, está se concentrando em Revere, onde vê a oportunidade de criar experiências à beira-mar no estilo de Miami. Ele já abriu dois conceitos, o Dryft e o Fine Line. Um terceiro, o Cut 21, será inaugurado neste verão.

“Eu ficaria longe do centro de Boston neste momento”, diz ele. “Os aluguéis são muito altos. Tenho certeza de que outras pessoas do setor estão pensando a mesma coisa: que a oportunidade pode não estar mais em Boston. Meu restaurante em Revere está fazendo exatamente os mesmos números de minhas antigas propriedades em East Boston e também em Charlestown. E meu aluguel é quase a metade do valor de Boston. Não estou trabalhando para o proprietário nesse momento. Estou trabalhando para mim mesmo.”

Desde o início da pandemia, no entanto, fundos como o High Road Kitchens Restaurant Relief Fund foram criados pela cidade para apoiar pequenos restaurantes locais, priorizando aqueles pertencentes a mulheres e veteranos. As pequenas empresas familiares também têm acesso a essas oportunidades. “Eles não podem competir com grandes nomes e dólares de grandes redes. A cidade tem que se comprometer com eles em primeiro lugar”, diz a vereadora Lydia Edwards, que ajudou a desenvolver o fundo High Road Kitchens.

Entre os estímulos, estão descontos em impostos e taxas, o auxílio no licenciamento e em outros processos da cidade. “É aí que eles perdem muito tempo, dinheiro e vantagem competitiva. Os grandes entram e pagam advogados para fazer isso, mas as pequenas empresas precisam fazer isso sozinhas. A cidade precisa de procedimentos para orientá-los e movê-los através da linha.”

Com informações do The Boston Globe.
Foto: Reprodução/The Boston Globe

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