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Nexxto: a Internet das Coisas a serviço da qualidade dos alimentos

Permitir a empresários controlar remotamente seus ativos é a proposta da Nexxto, que investe na Internet das Coisas para desenvolver soluções de sensoreamento para monitorar dados de temperatura.

A empresa surgiu em 2010, ainda com o nome de RFIDEAS, incubada no CIETEC (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia) da Universidade de São Paulo. À frente do negócio estavam três engenheiros: Antonio Rossini, Lucas Almeida e Matheus Costa.

“O foco originalmente era na rastreabilidade em tempo real de equipamentos e ativos de alto valor agregado, como servidores, data center”, diz Rossini, um engenheiro de telecomunicação com pós em Negócio. “Esse foco durou alguns anos, com sucesso, rendeu prêmios… Até que veio a epifania: rastrear é legal, mas melhor seria uma plataforma para sensoreamento e monitoramento em tempo real.”

Os sócios fizeram um estudo de mercado e descobriram que o segmento alimentício guardava enormes oportunidades para a sua tecnologia, inclusive na questão de desperdício de alimentos. Os números, segundo o empresário, são superlativos. Hoje, 40% de todos os alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, e cerca 1,3 bilhão de toneladas/ano se perde por ano na cadeia alimentícia.

Do produtor ao varejista, passando pelo distribuidor, o controle de temperatura é um fator decisivo para preservar os alimentos. “A cada dez graus Celsius de aumento na temperatura de conservação dos alimentos, a taxa de deterioração cresce em até três vezes”, afirma Rossini.

Hoje, a Nexxto provê uma solução fim-a-fim, dos sensores instalados em câmaras frias e balcões refrigerados, ao aplicativo por meio do qual o cliente monitora os dados. Alarmes enviados por e-mails e SMS no exato momento em que um equipamento apresenta problemas alertam o cliente quando sua câmara fria sai da faixa de temperatura desejada.

“Teve um caso de um cliente, que não posso revelar o nome, que conseguiu identificar que havia uma falha em um compressor de uma geladeira pois recebeu um alarme de madrugada e verificou que a temperatura estava subindo”, diz Rossini. “Quando chegou lá, ele descobriu que o compressor estava em curto-circuito, quase pegando fogo. Ou seja, mais do que salvar os milhares de reais que o cliente tinha nessa geladeira, ele salvou a loja de um risco maior de incêndio.”

Outra vantagem é a possibilidade de emitir relatórios em conformidade aos padrões exigidos pelos órgãos de vigilância sanitária.

“Os clientes conseguem automatizar todo o processo de registro de temperatura dos equipamentos por meio de relatórios automáticos que eliminam o trabalho manual”, diz Rossini. “O registro de temperatura de todos equipamentos é uma exigência da ANVISA que, se não for feita adequadamente, pode interditar a loja e submeter o cliente a multas.”

A solução da Nexxto já está presente em segmentos como foodservice (com clientes como Ofner, Cacau Show e Massas Luigi), supermercados (Emporium SP, Chama, Alvorada, Hirota, Do Vale, Caçula), Indústria Alimentícia (Mr. Bey, Massas Arosa, Kidelícia, Liv Up) e Agronegócio (Agroceres).

O valor da mensalidade parte de R$ 349 para até dez sensores, mas o ganho de escala no custo por sensor adicional é repassado aos clientes, que arcam também com os gastos de instalação e dos equipamentos (um sensor hoje custa R$ 199).

A Nexxto hoje tem 15 colaboradores. Rossini despista, mas diz que a empresa fatura “entre cinco e dez milhões de reais por ano”. De olho no futuro, os sócios estudam agora a implantação de uma funcionalidade de inteligência artificial, que permitirá saber quanto de alimento tem na câmara fria com base na análise dos dados de temperatura.

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