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Receita da Kraft Heinz cresce muito no Brasil, afirma CEO

Kraft Heinz

A fabricante de alimentos industrializados Kraft Heinz informou que tem apresentado forte crescimento de vendas no Brasil. O lucro, no entanto, não cresce na mesma proporção. O presidente da companhia, Miguel Patricio, disse que isso ocorre por conta dos grandes investimentos feitos para ampliar a capacidade de produção e vendas no país.

“No curto prazo, no Brasil, a companhia tem crescido muito em receita mas não cresce no lucro na mesma velocidade, porque tivemos investimentos para aumentar a estrutura. A companhia teve que investir uma grande quantidade de dinheiro em execução de vendas recentemente. É um gasto que está feito. O volume de vendas vai crescer e esse custo fixo será diluído”, afirmou Patricio, em uma apresentação on-line promovida pela XP Investimentos na sexta-feira. “Estamos indo muito bem, estamos fazendo uma construção das marcas premium, e por isso a receita cresce mais [que o lucro]. Mas no longo prazo vamos ter os dois.”

Patricio considera que as indústrias de alimentos estão em uma posição segura neste momento, porque a alimentação é considerada área essencial de operação em meio à pandemia do novo coronavírus. Com 70% das vendas nos Estados Unidos, a Kraft Heinz é controlada pela 3G Capital, do brasileiro Jorge Paulo Lemann, e pela Berkshire Hathaway, do investidor americano Warren Buffett.

Como medida de precaução, disse o CEO, a companhia sacou US$ 4 bilhões em linhas de créditos garantidas por bancos. “Hoje não preciso desse dinheiro porque estou bem, estou vendendo muito. As dívidas são de longo prazo. Não tenho problemas de fluxo de caixa. Mas a gente nunca viveu um problema como o que estamos vivendo agora. Não dá para saber o que vai ser no futuro. Temos que nos preparar para o pior”, acrescentou.

Agora o que ele vê é um forte aumento de demanda, principalmente por itens de mercearia. “Em produção de itens de mercearia, estamos trabalhando com três turnos, 24 horas por dia, para atender a demanda nos EUA. O mesmo acontece na Europa. Tudo o que produzimos é vendido”, afirmou. “O legal é que nossos funcionários estão entendendo muito bem a nossa missão de alimentar a América e alimentar o mundo. Temos tido os menores níveis de absenteísmo da história. Existe um senso de responsabilidade e um orgulho em fazer esse trabalho. Eles são heróis nesse momento.”

Por outro lado, segundo o executivo, as vendas para restaurantes e lanchonetes, que nos EUA representam 20% da receita da Kraft Heinz, tiveram uma “redução gigante”. “No Reino Unido foi pior, porque nos EUA 70% das vendas das lanchonetes são por drive thru e delivery. No Reino Unido não”, disse Patricio. A Kraft Heinz tem duas fábricas voltadas para atender o mercado de food service paradas nos EUA e uma no Reino Unido.

A empresa estuda oferecer crédito para pequenos fornecedores e para pequenos restaurantes que enfrentam dificuldades financeiras em decorrência da pandemia. O executivo observou que a Kraft Heinz fez recentemente uma doação de US$ 12 milhões em comida e dinheiro para organizações dedicadas a prover alimentação para pessoas em situação de risco social. Metade desse valor foi distribuído nos Estados Unidos.

Na apresentação, o executivo contou também que as fábricas da companhia na China já estão operando com cerca de 60% da capacidade. “A China ainda não está 100% normal, mas já voltou à vida. Agora, existem mudanças de comportamento que começaram por causa da crise e devem continuar. Nas escolas, por exemplo, muitas crianças estão querendo continuar estudando de casa. Nas nossas fábricas, cerca de 40% gostou de trabalhar de casa e também preferia continuar dessa forma. Essa pandemia vai marcar para sempre os comportamentos das pessoas.”

Do ponto de vista do consumo, o executivo afirmou que as pessoas passaram a cozinhar mais em casa e esse é um comportamento que deve se manter após a crise. “A penetração de produtos de supermercado vai aumentar muito. Outra mudança importante é o comércio eletrônico, que vai acelerar a venda de itens de mercearia”, afirmou.

Na China, segundo ele, 30% a 40% das vendas de alimentos estão sendo feitas on-line. Nos EUA e na Europa o comércio eletrônico desse segmento também cresce. “Acredito que é uma mudança causada pela crise que veio para ficar”, afirmou Patricio.

Com informações do jornal Valor Econômico
Foto: reprodução

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